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Uma história construída com desafios, amor e carinho

“…Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.”

Trecho do poema “As Mãos do Meu Pai” – Mário Quintana

O breve trecho do poema de Mário Quintana, intitulado “As Mãos do Meu Pai” poderia ser colocado perfeitamente na história do colaborador Rodrigo Rodrigues Coelho Sales, coordenador de suprimentos da Plaenge, regional Campo Grande (MS). Um relato especial dentre tantos outros dos colaboradores da construtora pelo país, mas que marcou a história de uma família para sempre. Rodrigo é casado com Naira e pai de três lindas meninas: LorenaIsabella e a caçula Rafaela.

Antes de começar a contar a história de Rodrigo, vamos relatar uma lembrança dele, quando estava prestes a entrar na Plaenge em 2011. Durante seu processo de seleção em uma dinâmica de grupo foi questionado: “Qual é o grande objetivo da sua vida? Qual é o seu grande sonho?”. Rodrigo relembra que respondeu que sempre se considerava um pai “babão” e que seu grande sonho seria de ver suas filhas bem encaminhadas, independentes e cada uma seguindo seu rumo sendo pessoas de bem. Rodrigo nem imaginaria o que estaria por vir, naquela época.

Desafio de vida

Em 2012, Naira ficou grávida de Rafaela e durante a gestação sofreu com algumas internações e apresentou redução de líquido amniótico, os médicos não conseguiam determinar o diagnóstico. Ao nascer – prematura – Rafaela foi diagnosticada com Síndrome Nefrótica Congênita. A doença tem como um dos sintomas a absorção excessiva de proteína pelos rins e eliminação pela urina, o que compromete gravemente o órgão e consequentemente a saúde.

“Assim que nós soubemos começamos imediatamente com o tratamento conservador, menos agressivo pelo fato da Rafaela ser ainda muito pequenina”, relembra Rodrigo.

Desafios: Rodrigo em sua estação de trabalho na Plaenge, acompanhado pelas filhas em uma foto marcante

A partir da descoberta da síndrome, logo nos primeiros dias, a família iniciou uma verdadeira luta para tratar a pequena Rafaela. Entre as “batalhas” tiveram as inúmeras sessões para reposição da albumina, para o funcionamento essencial do organismo, além de vários procedimentos.

Com o tratamento que precisava de um maior acompanhamento, a esposa de Rodrigo teve que abdicar do emprego e faculdade na época para se dedicar integralmente a cuidar de Rafaela.

Apoio e segurança

Mesmo administrando o tratamento de maneira conservadora, preservando a saúde de Rafaela conforme seu crescimento, Rodrigo e sua família tiveram mais um obstáculo: enfrentar um tratamento com hemodiálise seis vezes por semana e entrar na fila para transplante de um rim, em São Paulo. A família conseguiu obter um benefício chamado Tratamento Fora do Domicílio (TFD) em que o Sistema Único de Saúde auxilia no acesso de pacientes residentes de um determinado Estado a serviços assistenciais localizados em municípios do mesmo Estado ou de Estados diferentes.

“Então nós sabíamos que a partir de um determinado momento, ela teria que fazer hemodiálise para sobreviver e aqui em Campo Grande não havia possibilidade com tanta frequência, então fomos direcionados a fazer o tratamento em São Paulo, em um hospital referência em tratamento desse tipo. Começamos uma nova etapa, mas não desanimamos”, relembra.

Rodrigo se recorda especialmente dos momentos em que foi acolhido pela Plaenge, quando expôs a situação que estava vivenciando com a família, para colegas de trabalho, lideranças e gerentes.

“Quando expusemos a situação para a empresa e que chegou o período de ter que me ausentar com certa frequência, no momento em que eu mais precisei, a Plaenge abriu os braços, compreendeu o que minha família estava passando e me acolheu. Todos vinham até mim para saber como poderiam ajudar, desde colegas de setor até diretores. Uma fase muito bonita em que eu realmente senti uma segurança muito grande sabendo que eu podia contar com eles. Vou levar esses momentos de carinho muito grande para minha vida, sou eternamente grato à Plaenge e a tudo o que eles ofereceram a mim e minha família neste período”, agradece Rodrigo.

Quando começaram as sessões de hemodiálise de Rafaela, os médicos ainda não sabiam quando seria possível fazer o transplante e com isso exames foram feitos para preparar “Rafinha” para o momento.

“Clone” de Rodrigo

A história da família é repleta de curiosidades, mas aqui cabem duas especiais. Rodrigo e Naira fizeram exames de compatibilidade para verificar a possibilidade de serem doadores. Os exames foram satisfatórios, Naira conseguiu um índice muito bom, mas a surpresa estaria com os resultados de Rodrigo.

“Um dos principais testes é formado por um resultado de três algarismos, que variam de 001 a 999, quanto menor esse número, maior é a compatibilidade. A Naira teve um resultado muito bom, algo em torno de 120. Mas o meu resultado, os médicos refizeram três vezes, porque o valor ficou em 001. Algo que os médicos nunca viram em nenhum estudo ou caso. Para se ter uma ideia, um dos médicos chegou a dizer a compatibilidade genética minha e da Rafinha era tamanha, que ela poderia ser um “clone” meu”, explica Rodrigo.

Além da impressionante semelhança genética, os exames revelaram que Rodrigo tinha um dos rins muito menor para um homem adulto da sua estatura, ou seja, além de ser geneticamente idênticos, Rafaela tinha um rim feito sob medida para ela. “Eu sempre digo, que esse rim não era meu, sempre foi da Rafaela”.

Mesmo assim, os médicos teriam que avaliar os riscos da cirurgia, entre um adulto e uma criança. Foram mais de cinco meses entre hemodiálise e deslocamentos para São Paulo.

Rodrigo ainda teve que cuidar da saúde controlando os índices de colesterol e glicose. E os amigos do trabalho acompanharam esse desafio. “Cheguei a emagrecer 10 quilos para atingir aos índices adequados”.

A hora esperada

Com os exames feitos, compatibilidade alta e que Rafaela poderia receber um dos rins de Rodrigo, a equipe médica ainda chegou a receber dois rins compatíveis, mas os descartou por não apresentarem o estado adequado para a cirurgia. Neste momento, RodrigoNaira e equipe médica decidiram definitivamente pelo transplante entre pai e filha.

Dia 1º de novembro de 2016. Data que nunca será esquecida pela família. O dia tão esperado pela cirurgia de transplante do rim de Rodrigo para a sua própria filha, com 2 anos de idade. Literalmente, uma doação não somente de um rim, mas de uma vida toda para Rafaela.

União da família: Rodrigo junto com sua esposa Naira, a pequena Rafaela e as filhas Isadora e Lorena

“Foi um período de muita tensão, mas também de muita certeza de que tudo iria dar certo. Sempre tive essa certeza dentro de mim. Do dia da cirurgia até o dia 6 de novembro, dia do aniversário da Rafinha ela ficou na UTI. Os médicos do hospital cantaram parabéns e levaram um bolinho para nós. Foi algo especial, um momento único e um aprendizado incrível”, relembra.

Objetivos e sonhos em construção

Hoje, Rafaela tem cinco anos de idade e leva uma vida normal, com poucas restrições, e continua com um tratamento à base de imunossupressores para que seu organismo possa funcionar adequadamente. Mas a família agora encontra um outro desafio: a pequena está fazendo inúmeras atividades, entre elas o ballet.

Naira, esposa de Rodrigo, retornou há pouco ao mercado de trabalho como coordenadora de eventos.

Isabella segue seus estudos na escola e Lorena cursa Direito e faz estágio no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Ao que tudo indica, o objetivo e o sonho de Rodrigo, aqueles em que foi questionado no processo seletivo ao entrar na Plaenge estão sendo concretizados a cada dia.

“O Dia dos Pais para mim tem um significado especial. Primeiro porque me sempre me espelhei no meu pai – Jari Rodrigues Sales – em ser uma pessoa honesta e de bom coração. E depois que as minhas primeiras filhas vieram tudo se tornou mais intenso porque eu aprendi o que é ser pai. Depois que a Rafinha veio completou esse ciclo maravilhoso, mesmo com toda condição de saúde dela. Foi um desafio grande para nós e hoje vencemos. Então é uma alegria muito grande poder compartilhar esse momento com minhas três filhas todas com saúde, sou grato a Deus e sou muito feliz por isso. E desejo a todos os colegas da Plaenge, um Feliz Dia dos Pais”, finaliza Rodrigo.

Assista ao vídeo:

Texto: Marcelo Varela, assessor de imprensa em Campo Grande

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